segunda-feira, 10 de junho de 2013

me traga o teu amor mas não traga o teu cigarro

cigarros são só bonitos em fotografias, menina.

quando você tragou na minha frente, meu coração se contorceu todo. eu quis sair correndo dali ou arrancar aquilo da tua boca, mas eu me calei.

naquele início de noite quente, eu pensei em até me descontrolar por sua causa, mas tentei me manter centrada em não transparecer o meu amor por você. chorei por dentro e uma ou duas lágrimas escaparam, mas me controlei. aquela fumaça me afetou tanto que você notou minha tristeza estampada na face. eu lhe disse “é só impressão”, mas não era. de alguma forma, eu me senti bem quando você foi a única a perceber a minha angústia. mas aquilo não me curou daquela ânsia de ir embora e chorar o resto no travesseiro e lavar no banho quente a minha cara borrada.

fumaça e tristeza combinam e dão uma boa arte de segunda e bem clichê, e por mais que você (e eu também) ache isso bonito, não traga mais o teu cigarro.

naquele anoitecer eu não quis lhe dizer, e não lhe disse, porque eu nada poderia mudar. mas talvez agora que as coisas tenham mudado um pouco, talvez eu possa mudar, meu bem.

(Ana F.)

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