terça-feira, 15 de janeiro de 2013

Sobre uma paixão escondida

Eu o conheci em uma dessas viagens. Não era uma excursão, mas acabamos sendo levados no mesmo carro, para um mesmo parque de diversões. Ele não era do tipo que falava muito, e era algo como três ou quatro anos mais rapaz do que eu. Foi apenas por um dia, um dia inteiro, desde cedo até a Lua subir no céu. Ele me olhou, e eu o olhei também. Nós não nos falamos muito, e hoje nem sei qual o seu nome todo. Não sei em que cidade vive, e nem o que tem feito. Mas desde que o conheci, adquiri grande carinho pelo nome Antônio. Nunca mais nos vimos, e eu queria apenas naquele dia ter segurado sua mão em um daqueles cinemas de curta-metragem. Gostaria de ter olhado um pouco mais para ele, e de ter escutado por mais tempo a sua voz. Queria que tivéssemos nos abraçado quando o carro o deixou na porta do hotel em que ele ficaria naquelas últimas noites. Já faz um ano que o conheci. Em um dia eu conheci um rapaz tão encantador que depois desse tempo, ainda penso nele com carinho. Se eu acreditasse em romances de verão, − ou de inverno, pois estávamos no outro lado do hemisfério− diria que eu me apaixonei por um dia, por um rapaz que mal cheguei a conhecer. Se eu acreditasse nesse tipo de romance, eu gostaria de ter vivido um desses com Antônio.”

(Ana F.)

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